Obrigado Guilherme, pela força que você me deu para elaborar um segundo capitulo melhor. Sério, você me deu ótimas idéias. (mas é claro que eu já havia pensado em algo semelhante!)
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Alan
Ricchard não veio ao
Brasil sozinho. Junto consigo vieram alguns “capangas” mal encarados, e na
comitiva dele se destacava a sua assessora: uma atraente mulher de uns 26 anos,
com longos cabelos negros, pele clara, e um corpo de dar inveja às outras
mulheres. Era atraente, e sua expressão era de uma mulher ousada. Aonde
Ricchard ia ela o acompanhava.
Ricchard estava
hospedado em um hotel de luxo, em um local nobre de São Paulo. Durante o dia
ele mal saia de seu quarto. Porém, a noite era uma criança. Todas as noites ele
saia, acompanhada de sua assessora e mais uns três ou quatro de seus
“capangas”. Em uma noite havia ido a uma igreja. Na outra, na casa de uma
pessoa, que depois eu descobri ser uma mulher chamada Katia, que era servidora
pública. Não consegui definir o que o imortal queria com ela. Uma outra noite
ele foi até uma praça, em uma região um pouco menos nobre. Haviam vários
drogados naquela região, e Ricchard conversou com um punhado deles.
Então ele foi a uma
boate. Eu me aventurei a segui-lo de perto, e pude ver que ele não vinha por
causa da festa. Pelo contrário, a festa parecia irritá-lo. Foi até um camarote
vip, e ficou lá por um bom tempo. Quando enfim saiu, parecia muito irritado.
Continuei a segui-lo, e foi ai que ele acabou reparando em mim. Aproximou-se, gritando:
“o que você quer? Por que tá me seguindo?”, nervoso, eu acabei gaguejando
algumas coisas, talvez eu tenha dado a entender que eu era algum tipo de
paparazzi, e acabei com um belo hematoma no olho direito, proveniente de um
potente soco que ele me acertou. Tudo bem, ele se foi, e as coisas ficaram por
isso mesmo.
Havia decidido que
sozinho eu não ia conseguir nada. Precisava da ajuda de um profissional.
Contatei vários criminosos, e comecei a analisar quem seria o mais indicado
para sequestrar um imortal, e fazer isso sem chamar a atenção. Mas como fazer
isso, sem dizer nada sobre Andrioss, ou coisa do gênero?
Havia conseguido o
contato com um famoso mercenário estrangeiro. Disseram-me que ele era o melhor
quando o assunto era sequestrar, e seu preço nunca era razoável, porém, ele
nunca falhava. Marquei um encontro com ele, mas para minha surpresa, ele que
escolheu o local. Havia pedido dois dias, pois estava fora do país, e tinha
assuntos a resolver.
O dia marcado
chegara, e eu me dirigia ao endereço que o mercenário havia escolhido. Seu nome
era Gustav Volkv, e oficialmente essa pessoa não existia. O endereço era de uma
casa normal. Havia uma família normal morando nela. O homem da casa era gordo e
barbudo, a mulher, só não tinha a barba, e a filha do casal roliço estava no
mesmo caminho que os pais. Eles me levaram até o porão, onde havia uma mesa e
duas cadeiras a minha espera, e é claro, um mercenário. O porão estava todo
empoeirado, mas era bem iluminado. Gustav era loiro, cabelo curto, olhos azuis,
magro, usava roupas normais, parecia uma pessoa normal. Não chamava atenção,
porém, em seus olhos se via autoconfiança, olhos de alguém que estava sempre no
controle.
— Sente- se — sua
voz soava calma e tranquila, mas ao mesmo tempo firme, e falava português
fluentemente— devo pedir para que Douglas lhe traga alguma bebida?
— Não, estou bem.
— Certo, então eu vou beber algo. A negociação flui melhor
quando se tem algo para molhar a garganta.
Gustav ordenou em
alto e bom tom para que o tal Douglas lhe trouxesse uísque, e não demorou muito
para que o homem gordo entrasse pela sala, com uma garrafa e dois copos, que
foram depositadas na mesa. O gordo então, se retirou.
— Bem, se mudar de ideia, o copo esta aqui — Ele colocou a
bebida no copo e sorveu um pouco — então, em que posso lhe ser útil?
— Quero que sequestre Ricchard Krastan.
Ele me olhou,
parecendo surpreso:
— Calma rapaz, sem pressa... Como disse que se chamava
mesmo?
— Alan
— Alan... Você quer um sequestro então? Seria um sequestro
seguido de cativeiro ou um sequestro seguido de morte?
— Morte.
— Você já possui meios para se livrar do corpo?
— Já — pretendia cortar o em pedaços, por em uma bolsa e
atirar no rio mais fundo, ou convencer aquele Eliezer a leva- lo.
— Bom. Qual seria o local da entrega?
“Entrega.” Havia
alugado um galpão abandonado em um local um tanto isolado. Ao lhe dizer o
endereço, Gustav pareceu satisfeito:
— Bom, você já planejou tudo, pelo que vejo... Quem seria o
meu alvo mesmo?
— Ricchard Krastan. Conhece?
— Pretende mata-lo você mesmo?
Por um instante eu
hesitei, mas respondi em seguida:
— Com minhas próprias
mãos!
— Talvez você tenha uma surpresa quando tentar!
Isso me pegou de
surpresa. Onde ele queria chegar? Saberia que Ricchard era imortal?
— Por um acaso — ele
começou a falar após engolir mais um pouco da bebida — Já ouviu falar dos
Andrioss?
Ele sabia!!!! Mas
mais do que isso, Acreditava!!!!!
Apenas confirmei com
a cabeça.
— Então isso facilita as coisas. Você sabe então que esse
Ricchard é um deles, não sabe? — Confirmei novamente, e o mercenário terminou a
bebida de seu copo e se serviu de mais — Então deve ter em mente que o serviço
que está me requisitando não será barato...
— Diga seu preço.
— Oh, então você está disposto a pagar o que for
preciso... Pergunto-me o que motivaria
isso... Vingança? Ou seria o desejo concedido pela morte?
— Você sabe o bastante sobre o assunto, hein?
— Mas é claro. Sabe por que sou melhor que os demais
mercenários? Por que eu não ignoro nada, seja um boato ou um fato, qualquer
informação, seja de alguém anônimo ou importante, eu assimilo. Informação é
poder. Do tipo que derrota alguém antes mesmo de um confronto...
Estava surpreso. Não
esperava que o tal mercenário tivesse a mente tão ampla. É claro que isso só
encareceria o preço...
— E então? Qual é o seu preço?
— Já ouviu falar dos Eliezers?
— Já, mas o que isso tem...
— Quero a arma de um deles!
— O quê?!
Gutav esvaziou seu
copo outra vez. Então me olhou, parecendo aborrecido:
— Não me faça repetir. Quer que eu sequestre um imortal, e
acha meu preço um absurdo? Ok contrate outro, com termos mais razoáveis, para
ser morto pelo Andrioss, e depois Ricchard em pessoa virá atrás de você, e irá
mata-lo da forma mais cruel e dolorosa que você sequer imagina! Escolha, esses
são meus termos, cabe a você aceita-los.
Fiquei em silêncio por um tempo. Gustav tinha
razão. Qualquer outro que eu contratasse colocaria tudo a perder... Mas como eu
iria conseguir a arma de um Eliezer?
— Não posso — respondi finalmente — lhe prometer que
conseguiria tal coisa...
— Não pode, realmente. Afinal de contas, a arma não é sua.
Mas não precisa me responder agora. Faça o que precisa fazer, e decida-se neste
tempo...
Aquilo encerrava as
negociações. Ia me retirar, quando me lembrei de algo importante:
— Eu te encontro aqui de novo?
— Não... Esta casa não poderá ser usada de novo... Te
encontrarei quando sair do hospital.
“O que?!” pensei
“Até isso ele sabe?”, era surpreendente o quanto o mercenário sabia. Deixei a
casa, com a mente repleta de questões. Era hora de entrar em contato com o
Eliezer de novo, e a ideia não me agradava...
Antes de ir naquele
cemitério, busquei por um modo de confirmar que a morte realmente trocaria
qualquer coisa por um Andrioss, por isso, busquei por um meio de falar com a
morte. E encontrei. Havia algo que nos permitia falar diretamente com a morte
(na verdade com um Eliezer), mas era algo arriscado. Quando marquei o encontro
no cemitério, acabei passando cinco dias no hospital...
No caminho para
casa, encontrei uma mulher chamada Sara. Ela era líder em uma igreja evangélica
local. Era uma mulher de uns 35 anos, uma mulher madura, e atraente, o cabelo
dela lhe caia sobre os ombros, andava sempre muito bem arrumada, mas com roupas
sempre muito comportadas, como se esperaria de uma mulher de igreja. Ela era
amiga de Alessandra, e desde a morte deles, tentou me ajudar a superar esta,
como ela havia dito “provação”.
— Alan, seu espirito parece perturbado...
— Estou bem, Sara, de verdade.
— Os anjos falaram comigo Alan — ela era famosa por falar
com anjos, algo que antes eu não dava crédito — disseram que você não deveria
se voltar para as trevas... Elas não lhe darão nada de bom, a não ser dor...
— Então diga a eles — não estava a fim de ser evangelizado —
que se eles querem me dizer algo, que me digam pessoalmente!
Deixei Sara com seus
anjos, e entrei em minha casa. Estava tudo escuro. Limitei-me a repetir o que
havia feito antes.
Enchi minha banheira
com água.
Peguei uma garrafa de
vodca.
Um punhal bem afiado.
Entrei na banheira...
E passei a lâmina em
meu pulso...
muito bom. bom mesmo.
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