Nos dias antigos, quando a internet ainda não imperava sobre nossas vidas, nós encontrávamos formas alternativas de nos entretermos. Conseguir um anime novo era coisa difícil, o que tornava a Ultra Jovem, a saudosa revista sobre animes, uma joia rara de informações e diversão. Ainda me lembro da minha primeira edição adquirida, uma revista com o Majin Vegeta na capa, contando sobre a trajetória do príncipe dos saiyajins.
Eita saudade! Queria ter sido mais zeloso com as minhas... |
Eu sempre gostei muito de ler, então era algo comum para mim ler,reler e ler de novo as mesmas coisas.E uma das edições das minhas Ultra Jovem era um guia de episódios, onde eu tive meu primeiro contato com o anime Trigun. Na época, li várias vezes as descrições dos episódios, e embora hoje em dia pouco reste das memórias daqueles textos lidos, ainda perdurava minha curiosidade pelo anime.
Trigun é um anime com uma ambientação maravilhosa. Velho Oeste, um planeta inteiro tomado por um gigantesco deserto, com pequenas cidades aqui e ali, xerifes e foras da lei empunhando suas pistolas a moda antiga. Pra quem curte o tema, é um prato cheio.
Nesse mundo existe o maior de todos os criminosos, Vash the Stampede, um pistoleiro que Meryl e Milly , duas funcionárias de uma seguradora que possuem a missão de encontrar Vash e impedir que o mesmo continue a causar problemas. Isso porque Vash deixa as cidades por onde passa em ruínas.
destrói tudo por onde passa, com uma gigantesca recompensa por sua cabeça. O anime nos apresenta a
Com uma recompensa tão grande em sua cabeça, Vash tende a atrair muitos problemas, sendo que a maioria dos estragos a ele atribuídos nem ao menos foram causados pelo pistoleiro errante. Conhecemos Vash como um personagem bem palhação, alegre e preciso em cada movimento que faz. Vash é um personagem que traz consigo um ideal muito forte, e por trás de todas as palhaçadas existe um passado repleto de dor que nos vai sendo contado aos poucos.
Vash é um personagem que não mata, embora ele carregue e empunhe uma arma. Isso me lembrou muito Sword of the Stranger, onde Nanashi sempre mantinha sua espada amarrada a bainha. A arma lhe é necessária, mas ele se recusa a usá-la para tirar uma vida. Toda sua filosofia me fez lembrar bastante também do próprio Demolidor, e por influência ou coincidência, ambos os personagens usam vermelho.
Vash carrega em seu corpo o preço de sua ideologia, os ferimentos adquiridos por tentar salvar todo mundo.
A questão que o anime levanta é muito interessante: existe mesmo uma forma de salvar todo mundo? Se você salva uma borboleta que está presa em uma teia, não estará então condenando a aranha, que irá morrer de fome? O próprio
Mas ele acaba sendo alguém bem ingênuo, que chora facilmente, e se magoa mais facilmente ainda. Mas não se engane, o anime não é pesado, tem um climão bem leve e descontraído. Isso porque conta com uma turminha bem carismática.
Por mais que seja divertido, o formato do anime não me agrada muito. São tramas que em sua maioria duram apenas um episódio, e a história principal demora a engrenar. Mas quando as coisas ficam sérias, ai é pra valer. Existe todo um mistério sobre o planeta, e os acontecimentos que deram a Vash a fama que o precede, e essa parte do anime é muito interessante.
A trilha sonora foi um dos pontos que mais me marcaram. Ela passa um misto de tranquilidade e melancolia que se encaixam muito bem com aquele deserto hostil que a humanidade tem vivido.
Trigun influência bastante em uma história que to tentando desenvolver. A figura de Vash vagando errante pelo deserto me é muito inspiradora. Vash é um dos personagens mais estilosos que já vi, adoraria vê-lo em uma abordagem um pouco mais séria. As vezes a parte cômica do anime acaba estragando um pouco o clima.
Entretanto, tanto a arte quanto a animação são um show a parte. Cada personagem possui adereços e pequenos detalhes que os enchem de personalidade. Apesar de não ter grandes batalhas,
Trigun tem seus momentos de tensão, e uma ótima luta final em seu climax.
Enfim, esse anime acaba por ser uma ótima recomendação para os amantes de faroeste e de animes com armas de fogo. Ouvi dizer que o anime acaba melhorando alguns pontos em que o mangá acabou por ser superficial, como não li não sei dizer qual dos dois vale mais a pena.
É isso pessoal, e vamos juntos: Love and Peace! Love and Peace!
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