segunda-feira, 30 de setembro de 2013

A Lira de Orfeu



Observando as estrelas na noite escura de “meter o dedo no zói” como eu disse ao querido Okarin-niichan na ocasião, me deparei com a singela constelação da Lira (Lyra). Logo abaixo do imponente Cisne (Cygnus) e sua famosa cruz do norte, ela se destaca pela sua estrela maior, a estrela α, Vega às margens da via láctea.
Segundo a mitologia grega nas suas diversas versões, a lira em questão pertencia a Orfeu. Orfeu era filho do deus do sol e da música, Apolo com a musa da poesia, Calíope. Não tinha nem como ele não se tornar músico e poeta também.
Segundo uma das versões, a lira foi feita de um casco de tartaruga que o deus Hermes encontrou no rio Nilo. As cordas em número de sete eram alguns tendões secos da tartaruga. Hermes deu a lira a Apolo, que deu ao seu filho, que a aperfeiçoou colocando mais duas cordas. Daí ninguém mais segurou Orfeu que se tornou um grande menestrel.
Orfeu era considerado o maior músico e poeta de todos os tempos. Com tanto talento, Orfeu apareceu na estória de Jasão como um dos Argonautas, onde acalmava as brigas com sua música e conseguiu fazer frente até mesmo às sereias, interrompendo seu canto enfeitiçante. Orfeu assim conquistou corações, inclusive o de Eurídice, com quem iria se casar se uma serpente não a tivesse picado e a tivesse mandado para o mundo dos mortos.
                Orfeu não era brasileiro nem nada, mas não desistiu e foi atrás de Eurídice atravessando o rio que separa o mundo dos vivos do dos mortos. Encantou desde Caronte e Cérbero até Hades e sua esposa Perséfone que os concederam a chance de voltarem ao mundo dos vivos com a condição de Orfeu não olhar pra trás enquanto atravessava o mundo dos mortos. Por um descuido, Orfeu inseguro olhou pra trás e viu sua amada sendo engolida novamente pelas trevas. Orfeu voltou ao mundo dos vivos e foi morto por mulheres bêbadas ao serem repelidas por ele por não querer ter relações sexuais com outras mulheres. Os deuses sensibilizados com a estória encaminharam Orfeu de encontro a sua amada e pegaram sua lira a imortalizaram como uma constelação.
                Esse conto é contado em várias versões em todas as formas de arte antiga e atual. A mais memorável pra mim foi a contada pelo mestre Masami Kurumada em Saint Seiya que usou um menestrel moderno Seiji Yokoyama (o mais próximo do que seria Orfeu nos dias atuais, responsável por trilhas sonoras como a de Saint Seiya e Captain Harlock ) para eternizar essa história de amor para sempre em minha mente com a seguinte frase:

"Desejava ter a tua alma de volta, essa é a verdade.
Porém quando uma flor morre, nunca volta a florescer.
Para as pessoas, as aves, os insetos e até mesmo as estrelas que brilham intensamente...
...a vida ocorre apenas uma vez, por isso é tão bonita e preciosa.
Estava  equivocado em querer trazer alguém da morte.
Me enganei em tal coisa."
 



 A constelação da Lira bem abaixo da Raposa e do Cisne(figura de cima) e a sua representação oriental na cultura árabe como a constelação da Tartaruga (figura de baixo) coincidindo com a estória de que a lira era feita de um casco de tartaruga.



Abaixo: um vídeo com a música tema de Orfeu  tocada em harpa composta por Seiji Yokoyama chamada em inglês de Death Trip Serenade (serenata da viagem da morte), com a qual Orfeu encantou  a todos hades.



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