sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017

Conto - O cavaleiro na torre

  Bora trazer contos aqui pro blog? Bora!! Comecemos com uma pequena lenda que circula pelo reino de Eternal:


O cavaleiro na Torre


   Existe uma lenda muito comum em Refiuge, que conta sobre um cavaleiro fantasma que vaga pela floresta de Gedri, durante as noites mais escuras. De elmo fechado a lhe ocultar o rosto, com uma armadura desgastada e repleta de rachaduras, o cavaleiro vagueia pelas sombras, empunhando uma espada que emite uma luz bruxuleante e azul.
  O cavaleiro ronda os arredores da Suplicante, a torre cujo formato quebrado lembra uma mão retorcida, clamando aos céus por piedade. A torre, abandonada a muito tempo, é um lugar de temor e espanto, poucos tem a coragem necessária para se aproximar.
  O brilho azulado pode ser visto da grande estrada que circula a floresta negra, e é um sinal agourento aos viajantes. Muitos dizem que o cavaleiro vaga em busca de uma princesa a quem ele jurara lealdade, mas que por infelicidade havia morrido naquelas terras. Muitos dizem que em algumas tardes, uma música chorosa se eleva por entre as árvores, vinda da pobre alma da princesa, tentando ser encontrada.
  Outros dizem que o cavaleiro anda em busca de pessoas más, as quais ele irá cortar a cabeça com sua espada amaldiçoada, e então arrastar a alma maligna para aprisionar na torre. As almas presas ficam então, assombrando a Suplicante.
  O que poucos se lembram, é do porque aquela torre foi construída. Nos dias antigos, quando as bordas da floresta Gedri eram mais afastadas, a estrutura fora erguida.
  Feita de rochas escuras, e coroada por um pináculo, a torre se erguia contra o céu. A estrutura era robusta e poderosa, e se chamava Shellion, e sua forma em nada se parecia com uma mão retorcida.
   Sua construção fora ordenada por Vhynna, a deusa da ordem. A torre iria abrigar uma gloriosa irmandade de cavaleiros, os Kendrian, que iriam vigiar os limites da floresta, e impedir que os seres das sombras pudessem andar livremente pelo reino.
  Juramentados, a irmandade vigiava a floresta dia e noite, por várias gerações. Ganharam notoriedade em Refiuge, e o amor do povo a quem protegiam.
  Mas a sombra caiu sobre o reino. Quando Adramar reuniu sua horda no coração da floresta, a irmandade tentou, a todo custo, impedir a avanço dos demônios. Mas a torre foi apenas um pequeno empecilho no caminho do lorde demoníaco, que dizimou a irmandade, e destruiu a torre, lhe dando a forma da Suplicante.
  De todos os gloriosos cavaleiros, apenas um sobreviveu. Belmont, o destemido. O cavaleiro jurou, sobre os corpos de seus irmãos caídos, que derrotaria Adramar.
  Muita dor e muitas batalhas aconteceram naqueles dias sombrios, mas Belmont manteve sua palavra, e esteve presente na derradeira batalha que daria um fim as ambições de Adramar. Mas na luta, Belmont pereceu.
  Edros, o deus do tempo, se comoveu com a bravura do cavaleiro. Pediu aos seus irmãos deuses que considerassem recompensar Belmont de alguma maneira. Adramar, um lorde demônio, era um ser imortal. Os deuses, então, o prenderam nos alicerces da Suplicante, e reviveram Belmont, para se tornar o guardião do local.
  O cavaleiro deixou de ser um humano, e se tornou um Medriath, um ser etéreo, cuja força provém dos deuses que o fizeram. E toda a história sobre a torre e a irmandade foi esquecida, para que ninguém se lembrasse onde Adramar jazeria preso.
  O cavaleiro da torre, do qual muitos têm medo, não é uma assombração, nem uma alma perdida. É o último de sua ordem, e carrega em seus ombros, uma missão.

  E irá desempenhá-la, mesmo que essa missão seja eterna.

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