segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Imortais

    Um conto que resolvi postar aqui, é de minha autoria, leiam e comentem:


Prólogo - encontro no cemitério






Estava frio. Uma neblina começava a se estender pelo cemitério, como uma cortina, com um tom fantasmagórico. A noite era densa, e o local era mal iluminado, cooperando para criar um ambiente macabro. Árvores erguiam -se majestosas, por entre os túmulos, com galhos que mais pareciam mãos se estendendo o mais alto possível, como se pretendessem alcançar a lua. A lua cheia estava fantasmagórica, e era possível ouvir um cão uivando, um pouco longe. Haviam folhas secas durante todo o caminho, marcando meus passos, quebrando o silêncio.
  O caseiro me fitou quando passei perto de sua pequena casa. A casa estava toda apagada, e ele, do lado de fora, segurando um lampião, me olhava, com um sorriso faltando alguns dentes, ria de mim... por que será?
  A caminhada pelo cemitério foi terrível. Tinha sempre a sensação de estar sendo seguido, mas nunca via ninguém. Corujas piavam, e ao longe, podia -se ouvir uma criança chorando.Olhei para trás, e a luz do lampião acesa pelo caseiro já havia sido apagada. Ele sabia o que estava por vir. Claro que sabia, foi a ele que eu havia recorrido, para que eu pudesse acessar o cemitério, a meia noite...
  Quanto mais eu caminhava, mais frio ficava. As árvores daquela parte do cemitério estavam todas secas. Olhei para uma das covas, e por um instante achei ter visto alguém parado, ao lado dela, mas o vulto se desfez.
  Estava com medo? Começava a me perguntar se aquilo havia sido uma boa idéia... mas já não havia mais volta.
  O frio ficou mais forte, e foi então que, meio que pego de surpresa, vi, sentado entre os túmulos, aquela figura assombrosa:



























  A mão suspensa dedilhava o ar, provocando um ruído de osso batendo em osso. Apesar de ser apenas uma caveira, era visível que estava sorrindo:

- Enfim, você veio!

 Sua voz era descomunal. Uma mistura de voz humana masculina e feminina, com uma distorção demoníaca, quando ela falava, parecia haver cinco pessoas falando junto. Obriguei -me a encarar, e com toda coragem que ainda não me havia fugido, respondi:

- Sim, eu estou aqui. Você é realmente quem eu imagino que seja?

- Quem, a morte? Não garoto, eu não sou a morte. A morte não deve pisar no mundo humano, pois a cada passo que ela der neste mundo, cinco anomalias terríveis serão originadas.

- Quem é você então? Vim até aqui para falar com a morte, não com...

- HÁ! Vai querer exigir algo? Não seja arrogante, ou eu o mando pra junto de seu irmão!

- Quem é você então?

- Me chamam de Eliezer, sou um anjo negro. Vim em nome da morte!

  Em nome da morte, ele disse. Achava que deveria de servir. Também, discutir com essa entidade estava um pouco longe de meu alcance. Ainda.

- Não desperdice meu tempo garoto, diga logo o que você quer!!

  O que eu queria? O motivo pelo qual eu estava cara a cara com esse tal Eliezer, em um cemitério, a meia noite, um encontro que eu havia marcado horas antes, por um preço que me doía só de pensar?

- Quero que meu, pai, meu irmão e que Alessandra voltem a viver neste mundo!

- Quer, é? Quem está morto, morto fica! Se isso é tudo, vou embora!

- Não! Eu tenho algo a trocar pelas vidas deles!

  A figura me encarou. Senti a pior das sensações enquanto aquelas órbitas vazias me esquadrinhavam:

- Se pensa em dar sua alma em troca, fique sabendo que não será o suficiente. Três vidas você está querendo, e nós não trocamos mortos por vivos! Desista!

- Não é a mim que vou oferecer...

  Era agora. Depois de dizer aquilo, minha vida jamais seria a mesma. Aquilo mudaria tudo. Meu coração estava acelerado, eu não conseguia parar a tremedeira, ainda assim eu disse:

- Pela vida deles, eu ofereço a vida de um Imortal, os chamados Andrioss!

  O ser sorriu. Enfim começávamos a nos entender...

5 comentários:

  1. Opa fico massaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa, vai ter continuação? hahahahaa

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  2. Fico ótima .. mas não precisa dar o numero certo de anomalias.. fala só q catastofres cairam sobre o mundo dos vivos. Reviver a familia? coloca alguma coisa oculta , uma outra razão alem de laços afetivos para q ele queira reviver a familia.

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  3. Este comentário foi removido pelo autor.

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  4. Meus parabéns. Ficou muito bom. Principalmente os detalhes.
    Já estou até pensando em uma forma de transformar o conto em filmagem!

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